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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Síndrome das pernas inquietas. O que é, quais os sintomas, dicas para alívio e tratamento da SPI

 by Telma Manolio
A Síndrome das pernas inquietas é uma doença que apesar da grande prevalência entre a população é pouco reconhecida pelos agentes de saúde, motivo pelo qual grande parte dos pacientes não recebem tratamento adequado, embora nos últimos anos tem-se estudado essa doença com mais interesse. Ainda é preciso muitos estudos, mas alguns medicamentos já tem sido usados para aliviar os sintomas desse incômodo mal.


A Síndrome da Perna Inquieta, ou SPI como é conhecida entre  os médicos ( é também conhecida como Síndrome de Ekbon)
, acomete 15% da população adulta, é uma doença crônica, caracterizada por sensações de desconforto e parestesias nos membros inferiores durante o repouso, gerando urgência em movimentar as pernas para aliviar o incômodo. Os mecanismos neurofisiológicos e fisiopatológicos  ainda não foram identificados, mas drogas dopaminérgicas promovem alívio no sofrimento dos pacientes.
Apesar dos sintomas terem sido relatados em 1685, pelo neurologista Thomas Willis, apenas em 1944 é que foi feita uma descrição mais detalhada dos sintomas da síndrome das pernas inquietas.
O diagnóstico da SPI é feito quando os pacientes relatam os sintomas de sensação desagradável de desconforto nas pernas. Há os que não conseguem explicar os sintomas e outros explicam como sendo uma sensação desagradável de agulhadas ou prurido interno, que melhoram com movimentos de flexão, extensão e cruzamento das pernas.


Os sintomas da SPI podem interferir na qualidade do sono do paciente e muitas vezes do cônjuge, uma vez que os movimentos podem ser vigorosos. A esposa de um dos pacientes relata que chega a perder o sono e fica contando as flexões de perna do marido, algumas noites ele mexe a perna a cada 20 segundos, outras a cada 13 segundos, os estudos mostram que os intervalos entre os movimentos podem variar de 20 a 40 segundos e ocorrem mais na primeira metade da noite.
Os sintomas da síndrome das pernas inquietas surgem após os 27 anos de idade e podem piorar com a idade mais avançada. O incômodo varia de pessoa para pessoa, mas há casos de idéias suicidas e problemas conjugais, além de prejudicar a vida social do paciente. Muitas pessoas deixam de ir ver um bom filme ou uma peça de teatro por não conseguir ficarem paradas, outras nem um livro conseguem ler, e nem estamos contando os prejuízos sobre uma reunião de negócios.


Parece que a SPI tem uma relação com herança familiar em um terço dos casos, mas também pode ter relação com anemia ferropriva e polineuropatia. Mulheres são mais propensas a apresentarem os sintomas em relação aos homens e os idosos são mais prejudicados em ambos os casos. A gravidez pode exarcebar os sintomas e a cafeína também pode provocar piora. Em adolescentes a doença parece estar associada com estoque baixo de ferro. Entre as crianças pode haver alguma relação com hiperatividade e déficit de atenção, além de baixos níveis de ferro no sangue, podendo melhorar com ferro-terapia.


A falta de ferro no cérebro pode acarretar uma falha na transmissão de informações do cérebro para as pernas, provocando sensações de incômodo. Isso não significa que a pessoa tenha deficência de ferro, mas sim que pode estar ocorrendo falha no uso desse ferro, diz James Connor, PhD, professor do Departamento de Neurociência e Anatomia da Penn State College of Medicine e coordenador de uma pesquisa realizada na universidade. A tal pesquisa esclareceu que não há degeneração neurológica no cérebro nem perdas ou danos das células cerebrais, apenas falhas de aproveitamento do ferro, o que é um alívio para os portadores dessa doença tão incômoda. No entanto é preciso considerar que a ingestão do Ferro pode trazer uma melhora apenas temporária, é preciso orientação médica, não sair por aí tomando medicamentos que contenham Ferro sem verificar se o seu problema é esse mesmo, pois o excesso de Ferro no corpo pode trazer um tipo de intoxicação que poderá trazer mais resultados negativos do que positivos, por isso a necessidade de procurar um profissional médico.


Há muita especulação sobre a fisiopatologia (1) da SPI ou Síndrome das Pernas Inquietas, mas é possível que seja explicada por uma disfunção do sistema nervoso central, uma vez que drogas dopaminérgicas ( 2) como as usadas na doença de Parkinson podem aliviar os sintomas, só que ministradas em baixas doses. Ainda não existe tratamento específico para o SPI, pode-se utilizar quatro classes de medicamentos: os dopaminérgicos ( 2), os opióides (3), os benzodiazepínicos  (4)e os anticonvulsivantes(5), mas a American Academy of
Sleep Medicine reconhece os dopaminérgicos como mais adequados para obter melhores resultados.

Mais recentemente descobriu-se que a Pergolida, uma droga usada no tratamento dos sintomas da doença de Parkinson, pode ser eficaz no tratamento de SPI.
Fique atento pois os movimentos rítmicos e repetitivos próprios da Síndrome da Perna Inquieta podem ser confundidos com vícios relacionados com tensão ou distração e esses são mais fáceis de serem abolidos, bastando a própria vontade de parar.
Algumas dicas para melhorar o seu sono, independentemente da Síndrome da Perna Inquieta, podem ser úteis:
  • Banhos quentes antes de dormir
  • Bolsa de água quente nos pés, ou se preferir use bolsa fria ou alterne os dois modos
  • Faça meditação, Yoga ou relaxamento para aliviar o stress
  • Estabeleça rotinas diárias para o sono, como silêncio e quarto escuro com horários estáveis
  • Evite cafeína à noite
  • Faça atividades relaxantes perto da hora de dormir para não estimular o cérebro
  • Comece a pensar em parar de fumar
  • Pare de beber álcool

Observações:
( 1) Fisiopatologia é o estudo do mecanismo que leva ao aparecimento de doenças, permitindo que o médico crie estratégias de prevenção e tratamento.
( 2) Drogas dopaminérgicas são drogas que têm um mecanismo de ação semelhante ao mecanismo de ação da dopamina. Dopamina é uma substância presente naturalmente em nosso organismo e tem a ação de estimular o sistema nervoso central.
( 3) Opióides são substâncias derivadas do ópio. Produzem analgesia ou seja, insensibilidade à dor, sendo usadas na terapia de dores crônicas, intensas ou agudas. São medicamentos que produzem dependência química, portanto não devem ser usados sem o acompanhamento de um médico. Além disso essas drogas são controladas e só podem ser vendidas quando acompanhadas de receita médica.
(  4) Benzodiazepínicos fazem parte de um grupo de fármacos ou medicamentos ansiolíticos, ou seja, medicamentos usados como sedativos, hipnóticos, relaxantes musculares, anticonvulsivantes e outras funções. Altas doses podem levar ao coma. Cuidado com o uso indiscriminado de medicamentos, muitos deles podem provocar sintomas secundários piores do que aqueles que nos levaram a ingeri-los. Só o médico pode receitar medicamentos e acompanhar seus efeitos no organismo.
( 5) Anticonvulsivantes são medicamentos usados para prevenção e tratamento de crises de convulsão e epilepsia.

4 comentários:

  1. Olá Telma !!

    Excelente artigo, obrigada por compartilhar !
    Sempre tive interesse em ler sobre o assunto porque tive alguns meses alternados com estas sensações, mas como não prosseguiu, creio que tenha sido mais devido ao stress, mesmo.
    De qualquer forma esta síndrome atinge muitas pessoas e seu texto com certeza ajudará a esclarecer muitas delas e ainda aproveitarem as excelentes dicas !
    Grande abraço !

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  2. Bem, por enquanto, quanto a isso ainda estou nos outros 85%.

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  3. Olá! Pessoal.
    Sofri muito com a SPI porque a minha, além de intensa, não acontece só nas pernas, mas nos braços também. Atualmente tenho me tratado com um remédio chamado SIFROL 0,125mg que é ótimo. Em menos de uma hora os sintomas desaparecem. Mas precisa de receita médica. Antes do SIFROL descobri que o que desencadeia em mim a SPI são os alimentos energéticos como pães, doces, azeite, alimentos gordurosos, massas, álcool e, sobretudo, o chocolate. Este é terrível mesmo. Desde que diminuí a ingestão destes alimentos o problema praticamente desapareceu. Quando volta, tomo um comprimido de SIFROL. E também não como nem bebo nada, a não ser água, depois das 18 horas.
    Bom! Gente. Embora sem nenhum respaldo científico, esta é a minha experiência sobre o problema. Quis compartilhá-la para ajudar aqueles que sofrem de SPI. Espero que funcione com vocês como funcionou comigo.
    Saúde para todos.
    Antônio.

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  4. ANÔNIMA-março-2012
    Sofro muito com a SPI,além dos sintomas intensos nas pernas,também nos braços.Não consigo pegar no sono.Não uso alimentos que possam piorar o incômodo, apenas muito pouco café e pão.Segundo as pesquisas,esta doença ainda está em estudos.

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