Bordado é uma forma de criar desenhos e figuras ornamentais em um tecido,
utilizando para este fim diversos tipos de ferramentas como agulhas, fios de
algodão, de seda, de lã, de linho, de metal, de maneira que os fios utilizados
formem o desenho desejado. É uma maneira de fazer artes manuais.
Apesar de, hoje em dia, existir o bordado executado à máquina, não é sobre
ele que vou falar. Vou comentar somente sobre o bordado feito à mão.
Como arte que é, o bordado é capaz, até, de caracterizar povos e regiões nas mais diferentes épocas da civilização. Através dos tipos de bordados descobrem-se traços característicos regionais dos habitantes e aspectos inerentes à cultura e história da população.
Na Antiguidade, os romanos descreviam o bordado como a “pintura de uma
agulha”, mas foram os babilônicos que batizaram esta técnica.
Tudo leva a crer, que já nos seus primórdios, os bordados eram executados com
todos os pontos que são conhecidos hoje em dia.
Os mais antigos exemplares, que se conservam até hoje, datam dos séculos V e
IV antes de Cristo e, a perfeição com que foram executados nos leva a imaginar
que, já nessa época, haviam sofrido uma longa evolução.
Especula-se, entretanto, que um dos primeiros pontos a ser utilizado foi o
ponto em cruz (ou ponto de cruz, como dizem alguns).
Registros históricos do bordado e do ponto cruz nos remetem à pré-história.
No tempo em que os homens moravam em cavernas, o ponto cruz servia para costurar
as vestimentas, feitas de pele de animal. Eles usavam agulha de osso e, no lugar
de linhas, tripas de animais ou fibras vegetais. Fragmentos de linho, retirados
de túmulos egípcios em escavações arqueológicas datadas de 5000 a.C., revelaram
que o ponto cruz era usado para cerzir peças de tecido.
Na Idade Média os bordados eram feitos, sobretudo, nos conventos. Somente com
o início da Reforma Religiosa é que o bordado passou a ser visto como “ocupação
de tempos livres” pelas damas da burguesia e pelas camponesas.
Nessa época, assim como hoje, o bordado não era uma atividade essencial para
a sobrevivência, mas sim, uma expressão de prazer, o prazer de saber, o prazer
de criar.
Os bordados dos conventos, no início da Idade Média, eram, sobretudo,
executados em branco sobre linho. Havia uma grande diversidade de pontos que
eram habilmente dispostos para dar vida aos motivos.
Já na Renascença, através dos bordados representando cenas coloridas, eram as
cores que tinham por missão dar vida aos desenhos. Os bordados limitavam-se a
apresentar um ou dois tipos de pontos diferentes, cabendo ao ponto de brocado o
papel principal. As áreas eram cobertas com pontos atravessados de orla a orla,
feitos com lã grossa ou pouco torcida. Os pontinhos de fixação, com que se
prendiam, a intervalos regulares, os fios de lã atravessados, eram feitos com
fio de seda ou de linho, utilizando-se por vezes, também fios dourados ou
prateados.
Nos séculos XVII e XVIII, prosperaram os bordados a branco mais finos (que se
tornaram cada vez mais fininhos, começando a imitar as verdadeiras rendas) e,
também, os bordados a ponto de cruz e a ponto Gobellin, totalmente a serviço da
decoração de interiores e da ornamentação de tapeçarias.
No século XIX o bordado teve uma existência burguesa e recatada, passando no
século XX a trilhar novos caminhos com o início do estilo Arte Nova (Art
Nouveau).
Desde então, tem-se notado, em muitos círculos, a preocupação e o interesse
em restituir ao bordado o seu antigo prestígio. Os motivos ganharam novas
inspirações e muita vitalidade, levando os trabalhos às possibilidades de
enriquecer a decoração, dar ares à criatividade e também valorizar a habilidade
manual.
No próximo artigo dessa série "No Mundo dos Bordados Manuais", falarei sobre "Os acessórios necessários para bordar à mão." Acompanhem.
No próximo artigo dessa série "No Mundo dos Bordados Manuais", falarei sobre "Os acessórios necessários para bordar à mão." Acompanhem.
Bibliografia: Curso de Bordados Burda (Stickerei Kurse Burda) – K 605 –
Editora Verlag Aenne Burda, Offenburg - 1983
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