by Telma M.
Bonecas e brinquedos em geral não servem apenas para preencher o tempo vago. Ao contrário, fazer bonecas de pano é uma terapia para quem faz, mas
principalmente, é uma maneira gostosa de formar e educar as crianças. Ao se construir uma boneca de pano coloca-se pensamentos e sentimentos que
ficam ligados a ela, e esses sentimentos ficam juntos com a boneca,
acompanham-na quando ela chega às mãos pequeninas e sonhadoras de uma criança.
Segundo Ana Altenfelder, terapeuta corporal, criadora do “Método Altenfelder”, “as
bonecas são um dos tesouros simbólicos da natureza instintiva. Acredita-se que
as bonecas sejam impregnadas de vida por quem as cria, elas são empregadas como
símbolos de autoridade para lembrar à pessoa da sua própria força... além
disso, elas deixam uma marca de singularidade, pois são únicas como
nós”.
Eu acredito fortemente que estamos aqui no mundo para aprender e crescer,
isto significa dizer que, não só nosso corpo físico vai se desenvolver e
crescer, passando pela infância, juventude e velhice, mas também nossa alma ou
espírito segue um inexorável caminho em direção ao desenvolvimento. Alma ou
espírito, não importa o nome que se dá a essa “força vital” que nos mantém na
terra até “trocar de roupa” e seguir o caminho através da eternidade.
O papel da boneca é nobre, brincar com bonecas estimula a imaginação, a
criatividade, o respeito pelo ser humano e pela natureza, desenvolve a
organização, dá segurança para tomar decisões futuras e tantas outras funções
nobres, já que é a imagem do ser humano...
A criança aprende, ao proteger, cuidar e alimentar outro ser através das
brincadeiras com sua boneca amiga e, muitas vezes, a única confidente e depois,
ao guardar sua boneca à noite, antes dela mesma se deitar para dormir.
Uma rebeldia, natural da criança que não quer guardar suas
bonecas, pode ser contornada sem brigas. Basta que a mãe demonstre estar
penalizada pelo fato da coitada da boneca ser obrigada a dormir no chão frio,
enquanto sua proprietária dorme num coxão macio e quentinho.
A não ser que a criança seja extremamente rebelde, o mais provável é que ela
entenda que é preciso guardar a boneca em seu próprio cantinho, antes de dormir.
E com crianças que têm o péssimo hábito de atirar longe as bonecas ou
quaisquer brinquedos?
Dá para contornar? Pergunte ao seu filho ou sua filha se você pode atirá-lo
longe ou contra a parede quando estiver à beira da loucura.
É quase certo que ele não vai concordar e, possivelmente, compreenderá que
não deve atirar seus brinquedos também, mesmo que esteja irritado com alguma
situação.
A quem me perguntar se a boneca pode ser semelhante à criança, a resposta é
sim!
Sendo elas espelhos do ser humano, estão autorizadas a se parecerem com suas
donas e também com pais, mães, irmãos, famílias e amigos.
Se o interesse for profissões também podem ser vestidas com roupas de
profissões que a criança conheça. Se a mãe é dentista ou o pai é médico, a
criança pode ter uma boneca vestida de branco, se a criança gosta de futebol,
pode ter um bonequinho vestido de uniforme. Assim percebemos que os meninos
podem brincar com bonecos. Afinal, os homens não cuidam da casa e de seus
filhos? Além disso, não existem aos montes, por aí, bonequinhos de menino?
Então, você pode fazer bonecos e bonecas e brincar junto com seus filhos ou
com suas crianças interiores. É uma excelente forma de baixar os níveis de tensão tão comuns nos dias
atuais.
E se quiser fazer uma bonequinha de pano para seus filhos, lembre-se que a
cabeça deve ser dura para proteger os pensamentos e a identidade do ser. Estável
sobre o pescoço, saudável e ereta. Nunca caída e doente.
Os membros devem ser longos, macios e próprios aos movimentos de andar,
pular, dançar e afagar.
O tronco dever ser um elo que liga e equilibra cabeça e membros (ou Repouso e
Movimento), através do coração.
É seguindo esses princípios que o ser humano pode pensar com a cabeça, atuar
com os membros e sentir com o coração!
Lembre-se que não são perfeitas, como nós humanos não o somos. A imperfeição
assegura que haja espaço para criar, complementar, terminar, aperfeiçoar e
fantasiar. Assim há espaço para fazer novos vestidos, novos enfeites, novos
acessórios, novas histórias, novos destinos.
Dê um nome às suas bonecas, dê identidade a elas. A minha primeira boneca de
pano, essa logo aí em cima, se chama “Maria Rita”!
Bibliografia: Scheven, Karin Evelyn – Minha Querida Boneca, Uma orientação
para pais e educadores – Edição do autor – 1991.
Referência: Oficina de Bonecas de Ana
Altenfelder.
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Espetacular! Como é que passaste tanto tempo sem se manifestar? Adorei a narrativa e o conteúdo. Dê asas à imaginação e presentei-nos com mais disso. Grande beijo.
ResponderExcluirEspetacular é seu comentário, obrigada! Só sinto por você não se identificar... Vamos, coragem! Identifique-se.
ExcluirGostei muito do seu texto.Parabéns!Uma abordagem bem interessante deste brinquedo que resite ao tempo!
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